Não posso deixar passar em branco essa onda de contestações que se espraia pelo Brasil.
São, pelo menos e didaticamente três tipos de poder que temos segundo os critérios da participação humana: monárquico, oligárquico, democrático. O primeiro se funda em uma pessoa, o segundo, em um grupo seleto, o último, na vontade de todo um povo.
Há uma correspondência intrigante da forma de encararmos Deus em cada uma destas visões. Um deus de quem tudo depende, um outro representado por um grupo de eleitos ou, enfim, um que se manifesta por todos os seus filhos.
Existem formas de se apropriar do poder divino que, também por didática, exponho em três pontos: proclamar Deus em mim, e apenas em mim, proclamar Deus nos meus, e quase a mesma coisa que “apenas em mim”, proclamar Deus em tudo, que é a explosão do eu.
Para que a onipotência de Deus não se manifeste juntamente com sua onipresença, isto é, para que o poder não jorre por todos os lados, imperioso é saber calar as vozes: pela ignorância, pelo medo, pelo sono.
Tentaram fazer isso com os Espíritos, incinerando seus manifestantes, mas: o pensamento é imortal, é incessante, é indomável.
O que não se mostra, se esconde, mas não se cala: se fala por dentro da terra, por sobre os ares, por entre a carne.
Há um túnel que se cava de lá para cá e de cá para lá. O encontro desses buracos é o que entendo por luz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário