segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Em clima de carnaval: a carne reconciliada pelo cristianismo
Muitos nietzschianos enchem a boca para dizer que a carne foi repudiada pelo cristianismo, que é um platonismo para a plebe e, portanto, que despreza o sensível em favor do inteligível, ou que, pelo menos, considera aquele uma escada deste.
É o conflito do sexo com o amor, senso comum. Mas, quando Jesus vem homem, e acolhe crianças nos braços (sorriso calcáreo), e chora (lágrimas de carbono), e morre (sangue de gente), e ressurge materializado (corpo espiritual); quando, enfim, toda uma doutrina surge sobre esses símbolos, a ponto de se considerar vã se não fosse por eles, não é a rejeição da carne de que se trata, mas de sua redenção, de sua reconciliação com o mundo dos espíritos.
Ao dizer que não vinha destruir a lei, mas a cumprir, dava novos ares para as letras escritas nos pergaminhos, couros mortos. Pedia para que ela, a lei, a partir de então, se inscreve-se no coração - eterno pulsar do espírito.
Eros é o caminho que se completa em Agape. Agape o fim para onde Eros aponta.
Deve ser difícil para muitos espiritualistas entender que Agape seja fundamento de Eros, para sensualistas coroar Eros com Agape. Mas, um filho, e o amor que com ele vem, é tudo o mais o grande símbolo dessa fusão.
Salve todas as famílias, e salve a alegria neste carnaval!
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