domingo, 14 de maio de 2017

Obsessão: como escapar



[Após exposição sobre o tema "Obsessão, o que é e como escapar"]

PREMISSA: Obsessão é a influência maligna e insistente de um Espírito, costumeiramente desencarnado, sobre uma pessoa, seus pensamentos, podendo acontecer uma gradação de domínios sobre os atos do indivíduo.

PERGUNTA DA OUVINTE: "Como identificar que uma pessoa tem obsessão e como ajudar esta pessoa?"

RESPOSTA: Há vários graus de obsessão e podemos dividi-las em três tipos especiais.

  • A obsessão simples: o indivíduo ainda tem aquela consciência de que os pensamentos sugeridos são intrusos. 
  • A obsessão de subjugação: há esse sentimento de intrusão, mas o controle sobre os atos se perde. 
  • A obsessão de fascinação: o sentimento de intrusão se perde, pois a sugestão do Espírito se imiscui em pensamentos mais íntimos, provocando como que uma subjugação hipnótica que faz com que você se torne fantoche dele sem se dar conta. 


Os sintomas mais patentes da obsessão são estes sentimentos de intrusão. Em médiuns, aparecem vozes persistentes, visões perturbadoras e repetitivas, o domínio dos motivos de fala e escrita por um só enredo. 

Antes de saber quando ajudar, é preciso saber se há necessidade de oferecer ajuda. Pois pode-se cair no problema maior da psiquiatria: estaria eu tratando uma pessoa normal? Como saber se esse comportamento não passa de uma singularidade do Espírito? Há a dica de um velho professor meu que pedia para nos atentar para os quatro Ds:

  • Dor (para si ou para os outros)
  • Disfunção (cotidiana, laboral, conjugal) 
  • Dissociação (desligamento da consciência ou assunção de outro estado de consciência reativo a evento traumático)
  • Desrealização (sentimento de estranheza em relação ao mundo)

Esses Ds são os mais icônicos. Há uma infinidade de sintomas psicopatológicos, mas que findam por evidenciar algum grau destes Ds. Todos eles denotam algum grau de sofrimento psíquico. Claro que a cultura pode exacerbar ou amenizar estes sentimentos. O preconceito contra um médium pode causar dor para a família, para o médium, deixá-lo disfuncional, fazê-lo sentir-se dissociando e desrealizando, quando os fenômenos que experiencia não passam de alterações parapsíquicas. É essa brecha que o obsessor precisa para atacá-lo, reforçando todos os sentimentos negativos que vem cultivando no coração angustiado. 

Às vezes é clara a obsessão espiritual, outras vezes pode não passar de um julgamento precipitado segundo os nossos preconceitos. Não raras vezes, aquele que quer ajudar os outros é o maior obsediado!

O maior antídoto para a obsessão é a abertura à crítica e... (merece uma pausa estratégica)... o Evangelho! Devemos nos submeter diariamente à sabedoria do Evangelho, para que ele nos critique e nos aponte os caminhos de crescimento. 

Não há como negar: nossa civilização é cristã. Cada civilização foi gerada em cima de uma sabedoria. A nossa, é a de Cristo. Há outros luminares da história. Pode-se se apegar a eles. O que não dá é sair por aí tentando ser "o gostosão", "o sabichão", "o portador da verdade original" acima desses caras "desatualizados". As falas de cristos e budas não são itens da esteira de atualização das ciências modernas, são obras-primas do divino.  

Visitei um templo budista em que os monges todas os dias acordavam para ir ao templo desatar um dos escritos de Buda e passar a manhã meditando sobre uma frase dele. Os espíritas deram por fazer isso com o Evangelho segundo o Espiritismo, e, em família, implementar o culto do Evangelho no Lar, momento singular de meditação grupal. 

Quer ajudar? Primeiro veja, diariamente, se não é você que está precisando de ajuda. Permita que Jesus lave seus pés. Fortaleça-se com o estudo contínuo. Encha seus conhecimentos com práticas de caridade, para que, quando as palavras de conselho e consolo saiam de sua boca, venham recheadas de autoridade moral, sem pedantismo. 

Você tem certeza que a pessoa que você quer bem está obsediada? Escute mais do que fale a princípio. Nenhuma obsessão se instala sobre o nada, mas sim sobre uma história. Todo obsessor quer ser ouvido através de seu obsediado. Lembre que o mal é um bem se partejando com grande sofrimento. Como todo bom parteiro, mais vale estar presente, prestes, à postos como amigo, do que ativamente interferindo no processo de entendimento dos implicados. Não há vítimas e carrascos nestes processos, porém aprendizes das lições do amor.  


Dois textos que considero grandes referências (de rápida leitura) para tratar do assunto:




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