domingo, 10 de maio de 2020

Do medo

O mundo mergulha numa nuvem de medo. As pessoas morrem aos magotes. Corpos são amontoados em valas comuns. Os ritos fúnebres são silenciados. 

Se após a morte há algo, e se esse algo é uma continuidade promissora, ainda que com passageiro ranger de dentes, devemos mais temer entregar o mundo ao medo do que a alma à imortalidade. 

Viver lutando, sabendo que à esquina pode estar a morte foi o normal da humanidade. Estes últimos séculos foram bem atípicos. 

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