domingo, 9 de novembro de 2014
Acabei de participar de uma cirurgia espiritual
O joelho doía há mais de um ano e fui procurar ajuda que não a do tensor, quando me veio uma dor excruciante ao descer uma rampa. A ressonância me apresentou uma fissura de patela.
Esse post não quer falar se fui ou não curado à cirurgia espiritual, mas das belezas que vi por lá com olhos não-mediúnicos.
Um terço dos presentes estava ali para se submeter às luzes terapêuticas prescritas pelos médicos do além a fim de consolidar o ato cirúrgico. Profissionais da técnica Reiki dedicavam seu sábado pela manhã para harmonizar o corpo das pessoas em ato de graça. A maioria vinha com suas dores para se valer dos Espíritos que, através de médiuns, tocavam as pessoas em suas inflamações, aqueciam as feridas com as mãos impostas, acolhiam as morbidades para quem a medicina oficial foi negligente ou assustadora.
Não há cortes. Há uma fé em que a proximidade cura, o cuidado, a dedicação, a devoção. A "médica" não falou nada sobre a fisiopatologia da patela. Apenas:
- Você deve estar muito limitado, não é? - olho no olho.
Atrás do povo que esperava pela cirurgia, voluntários preparavam o sopão para os menores e os moradores de rua. Crianças se agitavam alegres ao redor. E um pequeno Marcos saiu brincando de dar bom dia para todos os expectantes, chacoalhando as mãos.
Há o setor das águas. Acreditam todos que elas são imantizadas por propriedades terapêuticas que, quando bebidas, se misturam ao seu corpo doente para restaurá-lo. E há o setor dos fitoterápicos, as preparações de cura de várias gerações que nos antecederam são aceitas em sua verdade.
Dentro do salão onde aconteciam as intervenções, baixinhas, músicas evangélicas e de padres brasileiros nos convidavam a lembrar da força de Deus. Alguns espíritas abastados talvez sentissem falta de suas músicas clássicas. Eu não. Há músicas evangélicas que marejam meus olhos e as dos padres que acalmam as dores de minha mãe. Elas me evocam a simplicidade e a intensidade de uma religiosidade brasileira. Simples, tudo. Intenso.
Ao final, nos entregavam um receituário em que estava escrito para não abandonar os tratamentos da medicina material. Das duas uma: A) Ou se deve ter muito receio que nada disso dê certo; B) Ou se deve ter muita confiança no poder de tudo o que lhes falei, defesas que estão essas práticas de qualquer perturbação que lhes sejam estranhas.
Deixam claro, todavia: Nada sem a fé.
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