Nesta parte da entrevista que já começamos a abordar em outro post, Pedro, falando sobre sua mediunidade, faz referência a como se processa o fenômeno no dia-a-dia, as visões de almas comuns (não santos), as condições necessárias para que aconteça, e a ética de falar ou não o que lhe é revelado. Sigo comentando o que achar pertinente.
7. Revelações consoladoras que vinham da luz dourada do teto da igreja, com nome certo para a pessoa certa.
- Uma das grandes provas da veracidade do fenômeno mediúnico reside na espontaneidade e nos acertos das revelações. O acaso é definitivamente espontâneo, mas não acerta tanto assim em seu jogo de dados. Que talvez não seja um mundo espiritual que se revela, é algo a se considerar, todavia mais surpreendente que esses acontecimentos é o descaso com que trata a ciência oficial tudo o que gira em torno disso.
- Ele fala de “almas do purgatório” que é como denomina os que nem são santos, nem anjos, nem demônios, mas apenas a alma dos falecidos comuns. Elas se apresentam não só na igreja, mas também no cotidiano, como a que viu no quintal da casa de ingleses que o acolhiam no intercâmbio, a tia falecida de um dos anfitriões. Em sua concepção, o mundo espiritual tem, no mínimo, três círculos: um céu, um inferno, um purgatório. Lugares mesmo, onde se pode andar, correr, pular, experienciar, para onde ele foi transportado certa vez. Para o Espiritismo, lugares no universo há vários, com diferentes características diretamente influenciadas pelos seus habitantes. Cidades ao infinito construídas por Espíritos, mais ou menos desenvolvidas, como as nossas aqui do nosso estreito círculo da percepção dos cinco sentidos. Onde o céu? Onde o inferno? Dentro de cada um, na consciência. Onde quer que se esteja, independente do lugar, podemos fazer de nossa vida céu ou inferno, o que se reflete para nosso exterior automaticamente. Daí, haver relato de cidades paradisíacas no mundo espiritual resultado do pensamento coletivo no bem, no belo, no útil, em Deus. Como o contrário. Anjos? Demônios? Não no sentido habitual. Todos os habitantes do universo são criados por Deus simples e ignorantes, marchando progressivamente para a sabedoria e para o amor. O bem natural característico dos anjos é uma conquista dos esforços no tempo. O mal natural dos demônios, escolhas erradas de um indivíduo que teima em não crescer. Mas, o tempo de se iluminar chega para todos. Pelo amor, pela dor.
- Chico Xavier não diria diferente.
- O que a mediunidade revela deve passar pelo crivo da razão. Não dizer qualquer verdade revela maturidade. Distinguir entre verdade e mentira, inteligência. Compreender o tempo da verdade, sabedoria.
Último bloco da entrevista com comentários, confira aqui.
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