Educação de crianças médiuns, obsessão, educação da própria mediunidade, o dom da gratuidade, viver sem medo e no mundo, são as lições que finalizam essa entrevista com Pedro Siqueira:
11. Como falar com as crianças médiuns sobre a mediunidade delas? (uma grande lição aos pais espíritas e não espíritas) “Eu conversaria com ele [seu filho] a respeito de visões, de mensagens, de visões dos Espíritos, do mundo espiritual de uma outra forma, sem essa coisa tão dominante no preto-no-branco de não pode falar, isso não é assunto. Conversaria com ele. Mas, também não gostaria que ele saísse por aí falando o que ele visse, porque choca as pessoas e a ideia não é essa. Mas aí, isso conversado fica melhor na cabeça da criança do que como eu sofri a coisa.
- Nada a acrescentar.
- O Espiritismo confirma a existência de Espíritos devotados ao mal, mesmo até a militância contra o bem. O que fazer? Continuar no bem. Essa persistência malévola é sempre temporária, dia vem que o malfeitor se converte em auxiliador pela força do exemplo. O mal não é uma força ativa que tem poder para perpetuar ações cruéis, é um mal-estar temporário de uma situação complicada que está em busca de reequilíbrio. Não raras vezes, parece ser mesmo o bem se contorcendo para nascer.
- Não, não precisa. Mas, estar junto aos propósitos do bem, junto a uma comunidade (igreja) que segue a trilha do bem, como Pedro Siqueira faz, ajuda muito a bem conduzir estes dons.
- Emmanuel, mentor espiritual ou anjo da guarda de Chico Xavier, não diria diferente.
- Para o Espiritismo, o espírito começa seus estágios no átomo, vai ingressando nos diferentes reinos aprendendo lições que lhes são próprias, até atingir a graduação dos anjos. Essa escalada tem um sentido e não tem volta. Há liberdade relativa entre nossas existências a ponto de nos ser permitido degustar o que não é bom, e um determinismo divino implacável: todos deverão ser felizes. O homem pode se animalizar? Não no sentido físico, mas no moral, os exemplos se proliferam. O animal um dia será anjo? Pode soar estranho para muitos, mas acredito que os ecologistas aplaudiriam essa ideia, se é que já não consideram a superioridade dos animais em muitos aspectos.
- Espíritas, aprendamos com isso!
A mediunidade é o natural do homem. É a brecha que o permite divisar o que deve fazer para ser mais do que é. Bem utilizada, é canhão para o homem-bala. Mal utilizada, é pá de terra para o que se enterra vivo. Não é diferente de outros tantos dons que Deus nos concedeu. A todos nós, espíritas, católicos, evangélicos, umbadistas, ateus. Nossas mãos, nossos pés, nossas lágrimas, nosso suor. Todos dádivas de Deus. Todos condutores a Deus.
Chegará o dia em que veremos em tudo os Espíritos, não como nos filmes de terror, mas como no esplendor das cores que povoam o nascer do sol. Só não acho que devemos esperar esse dia para tentarmos enxergar o espírito de tudo.