quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Kardec, o democrata



Hoje vou começar a postar aqui algumas faces de Kardec que não conhecemos. Na verdade, só conhecemos uma: o sisudo de barbicha e costeleta que escreveu um monte de livros sobre diálogos com Espíritos.

Vejam só essa aqui:
"Também não é a estes que nos dirigimos [aos recalcitrantes], mas ao público, juiz em última instância das causas boas ou más. Há no espírito das massas um bom-senso que pode falhar nos indivíduos isolados, mas cujo conjunto é como a resultante das forças intelectuais e do senso comum.” (R.E. set 1863, p. 384, FEB)
Isso é para aqueles que imaginavam ser Kardec um senhor que ficava consultando os Espíritos para qualquer coisa, entendendo que dos Espíritos partiam todas as verdades. 

O clima da democracia é outro. A pergunta maior é: "Se a verdade existe para além do sujeito individual, como ela poderá se objetivar de tal forma que seja válida tanto para mim quanto para o outro?".

No horizonte profético da bíblia, as pessoas responderiam: "Simples, basta que tenha sido dita por Deus pela boca de um bom profeta!". 

No horizonte democrático a resposta é: "Se a verdade conquista a opinião das massas, transcendendo os particularismos, ela se revelou universal por essa forma!". Já não é mais porque se revela imponente na boca de um iluminado, mas porque se revela consensual na boca de todos. 

O espírito da Verdade se manifesta pela boca do povo, unido. 

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