sábado, 22 de junho de 2013
Política do que sinto
A luta política me dá náuseas. Tendo a me afastar dela por uma herança maldita que nos fez desacreditar do poder nos últimos decênios. Aos poucos me reaproprio do que seja lutar, do objeto da luta, do desejo.
Não sigo nenhum mestre nesse ponto. Ou sigo deles a parte que me convém. Escondo a face para não ver o punho cerrado. Mas, feito fantasmas, reaparecem repetida e insistentemente.
O início do Bhagavad Gita mostra Krishna se aproveitando da guerra, enquanto luta, para desenrolar toda uma filosofia que, com algum sacrifício, se consegue distinguir do Espiritismo. Sócrates não deixava de participar das guerras com seus compatriotas. Jesus, olho no olho dos fariseus, manchava o sábado, erguia a Torá em punho como a um cetro ao proclamar seu messianato, se sujava com o toque e as essências das pessoas de má vida, jogava ao chão as moedas falsas de vendedores da oposição.
Mas, Kardec... ajudou a educar as crianças da França, tentou dar crédito a uma medicina onde o bom pensamento dirigido ao semelhante valeria mais que pílulas industrializadas, gastou a saúde corporal dando corpo a uma doutrina esfumaçada (luminosa para mim), nebulosa (eu digo clara), um engodo de espíritos (cujas vozes deslindam os meus nós mais íntimos). Onde a política? Vivendo ao lado de Napoleão III, qualquer reunião da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas corria o perigo de ser considerada conchavo. Morreu como um cidadão comum, de derrame cerebral, em casa.
Há quem diga que Allan Kardec havia sido o mesmo Jan Huss. Onde, então, a sua desobediência civil contra o Estado totalitário que foi Roma, que era o Segundo Império Napoleônico? Dissipou-se do espírito com as cinzas de seu antigo corpo?
Se por um lado tudo é política, como queria Aristóteles, a política não é tudo. Nenhum destes sábios que citei – Jesus no topo da minha admiração – reduziram a luta ao embate de poderes. Tanto é assim, que ninguém lembra deles pela ascensão a um trono qualquer, mas pela realeza imperecível, mais que vitalícia.
Inúmeras são as rejeições de Jesus à coroa dos romanos com quem os fariseus, de bom ou de mau grado, barganhavam. Sócrates lutava, sim, mas conseguia a façanha de abster-se de toda a guerra, estando no centro dela, para se entregar a um estado de contemplação que era a fonte de seu fazer filosófico de emancipação. Isso nos sinaliza, talvez, que deve haver uma política de verdade, com valores inabaláveis, pelos quais se possa lutar e, até mesmo, se deixar morrer. Não concordo com Krishna que se possa matar. Meus votos a Arjuna, que foi tomado de compaixão pelos irmãos da linha inimiga. Voto ainda mais em Cristo, que perdoa os acusadores e se deixa crucificar, espalhando sua mensagem feito dente-de-leão, tão logo aberta a gruta sem mais corpo que justificasse a paixão pelas terras daqui.
Essa era de globalização, isto é, da confusão entre as inúmeras terras, nos traz uma perspectiva da necessidade de uma política universal, de outro modelo de desenvolvimento, para além da esquerda ou da direita, que faça valer os direitos humanos em qualquer lugar ou tempo. Parece a paz ser uma das armas. Não parece ser a inação outra delas. O amor, sim. Mas, não sem lutar pelo ser amado. É uma paixão, que é violenta por natureza, que nos violenta a tal ponto de não nos deixar quietos enquanto não possuímos o que desejamos ardentemente, mas que não vejo sentido gerar mais dor física do que a que é causada pela existência desse amor em nós. Ela nos faz andar, marchar, ocupar a ágora e convidar ao grito e à reflexão, subir ao madeiro infame e abrir os braços (pode ser com a bandeira de seu país entre eles) aos irmãos, mas, por favor, já não mais com o sangue de Abel em nossas mãos.
- Espíritas de todo o Brasil, uni-vos! (mas antes dêem uma lida no último capítulo de A Gênese de Allan Kardec)
quarta-feira, 19 de junho de 2013
Por acaso nessa atual revolução
O acaso não é a indeterminação, nem a ausência de
causas. Mas, o conjunto de sequências causais que nos escapa.
Ontem vi um exército de brasileiros na Esplanada dos
Ministérios bradando em uníssono os próximos passos da legítima reivindicação.
Como eles faziam para ter uma única voz, deslizava completamente da minha
compreensão. Mas, entendi que de um ponto tudo partiu: do café amargo da
necessidade histórica misturado ao leite quente da liberdade própria.
Minha esposa ficou aflita ao imaginar as
possibilidades de confronto violento aqui em nossa cidade contra os familiares
que estarão nessa luta.
Peguei o livro Pão Nosso de Emmanuel, psicografado
por Chico Xavier, e lancei o dedo sobre uma página qualquer:
O Senhor dá sempre
“Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos
vossos filhos, quanto mais dará o Pai Celestial o Espírito Santo aqueles que
lho pedirem?” – Jesus. (Lucas, 11:13.)
Um pai terrestre, não obstante o carinho cego com que muitas
vezes envolve o coração, sempre sabe cercar o filho de dádivas proveitosas.
Por que motivo o Pai Celestial, cheio de sabedoria e amor,
permaneceria surdo e imóvel perante as nossas súplicas?
O devotamento paternal do Supremo Senhor nos rodeia em toda
parte. Importa, contudo, não viciarmos o entendimento.
Lembremo-nos de que a Providência Divina opera invariavelmente
para o bem infinito.
Liberta a atmosfera asfixiante com os recursos da tempestade.
Defende a flor com espinhos.
Protege a plantação útil com adubos desagradáveis.
Sustenta a verdura dos vales com a dureza das rochas.
Assim também, nos círculos de lutas planetárias, acontecimentos
que nos parecem desastrosos, à atividade particular, representam escoras ao
nosso equilíbrio e ao nosso êxito, enquanto que fenômenos interpretados como
calamidades na ordem coletiva constituem enormes benefícios públicos.
Roga, pois, ao Senhor a bênção da Luz Divina para o teu coração
e para a tua inteligência, a fim de que te não percas no labirinto dos
problemas; contudo, não te esqueças de que, na maioria das ocasiões, o socorro
inicial do Céu nos vem ao caminho comum, através de angústias e desenganos.
Aguarda, porém, confiante, a passagem dos dias. O tempo é o nosso explicador
silencioso e te revelará ao coração a bondade infinita do Pai que nos restaura
a saúde da alma, por intermédio do espinho da desilusão ou do amargoso elixir
do sofrimento.
A minha direita um país convulsionante, a minha
esquerda uma internet ululante, atrás de mim a mulher grávida de um menino
destinado a que país, sob os meus olhos, então, a mensagem de Emmanuel teve o
efeito exato de uma calma, mas nunca de um desprezo pelos irmãos que marcham.
- Defender com espinhos, proteger com adubos
fétidos, sustentar com a dureza. O desastre e o equilíbrio. As calamidades e os
benefícios.
Fechei a página alegremente surpreso e dedicamos o
resto das nossas forças noturnas a uma prece para que tudo se passe no coração das
pessoas com a pacificidade possível que se pode ter em qualquer guerra.
terça-feira, 18 de junho de 2013
Por ocasião da atual revolução
Não posso deixar passar em branco essa onda de contestações que se espraia pelo Brasil.
São, pelo menos e didaticamente três tipos de poder que temos segundo os critérios da participação humana: monárquico, oligárquico, democrático. O primeiro se funda em uma pessoa, o segundo, em um grupo seleto, o último, na vontade de todo um povo.
Há uma correspondência intrigante da forma de encararmos Deus em cada uma destas visões. Um deus de quem tudo depende, um outro representado por um grupo de eleitos ou, enfim, um que se manifesta por todos os seus filhos.
Existem formas de se apropriar do poder divino que, também por didática, exponho em três pontos: proclamar Deus em mim, e apenas em mim, proclamar Deus nos meus, e quase a mesma coisa que “apenas em mim”, proclamar Deus em tudo, que é a explosão do eu.
Para que a onipotência de Deus não se manifeste juntamente com sua onipresença, isto é, para que o poder não jorre por todos os lados, imperioso é saber calar as vozes: pela ignorância, pelo medo, pelo sono.
Tentaram fazer isso com os Espíritos, incinerando seus manifestantes, mas: o pensamento é imortal, é incessante, é indomável.
O que não se mostra, se esconde, mas não se cala: se fala por dentro da terra, por sobre os ares, por entre a carne.
Há um túnel que se cava de lá para cá e de cá para lá. O encontro desses buracos é o que entendo por luz.
domingo, 16 de junho de 2013
O Inimigo que Muito Ama
Vou fazer um comparativo das três formas de pensar o demônio: a mitologia grega, a teologia cristã e o ensino espírita. Essa abordagem é a mesma de Kardec. Quem quiser ter mais propriedade sobre o assunto é só consultar o livro O Céu e O Inferno.
Na mitologia grega, os demônios que conhecemos hoje, via mentalidade cristã, faziam parte dos descendentes do Caos, de Urano e de Gaia, que são os deuses originais. Desproporcionais, disformes, destruidores. Detalhe importante é que o amor Eros e a sensual Afrodite participam desse início. Bem se vê que os gregos tinham lá a perspicácia de ver o amor desejante como um promotor da desordem. As erínias eram filhas do sangue do Urano, jorrado a partir de seu sexo cortado pelo próprio filho, Cronos, sequioso de vida ao ar livre. Elas nasceram da traição e se tornaram perpétuas vigilantes contra esse tipo de pecado no seio das famílias. Criaturas terríveis, horrendas, com poderes dilacerantes.
Houve uma guerra entre os descendentes mais próximos do Caos e os filhos de Cronos, um pouco mais civilizados. Dessa guerra originou-se o Cosmos como o conhecemos hoje: hierarquizado, matematicamente organizado. A ordem era mantida pelos deuses vencedores, habitantes do Olimpo.
Havia um deus que mais se parecia com o diabo que nós conhecemos. Não era Hades, ao contrário do que muitos pensam, que cumpria bem a sua missão de reger o mundo dos mortos, independente se estes eram justos ou injustos. Mas era Dioniso, que vagava pelas cidades da Grécia com um conjunto de sedutoras mulheres, promovendo festas carnais, com tudo o que você poderia imaginar (talvez mesmo desejar!) para o corpo se excitar ao máximo, as dionisíacas. Chegava ao clímax de haver canibalismo entre os festejantes, tamanha a embriaguez que Dioniso provocava sobre as pessoas. Não é à toa. Dioniso nascera de um conflito enorme. Foi uma traição de Zeus, que engravidara uma humana. Para salvar o filho da morte de sua mãe, provocada por umas astúcia de sua esposa, arranca-o do ventre primitivo e o enterra na face interna da coxa. Dioniso é gestado muito próximo do sexo de seu Pai. E este realmente abusava do sexo, de vez em quando pulando a cerca do Olimpo para fecundar lindas mulheres mortais. O escudeiro fiel de Dioniso, o feio Pã, dará o molde para a pintura do futuro satanás.
O mais interessante é que os gregos não reservavam a Dioniso um lugar junto a Hades, embaixo da Terra, no Tártaro, onde se localizaria futuramente o Inferno cristão. Ele figurava como um dos deuses do Olimpo! Os mesmos deuses da ordem, da disciplina, da concórdia entre os mais diversos poderes. Eis a grande chave para a compreensão do pensamento grego: o equilíbrio entre os poderes. Era isso que permitia a vida. Não sacrificar o que é caótico completamente, pois isto também faz parte do universo. Ora fazemos sacrifícios a Apolo pela sua sabedoria e beleza, ora a Dioniso pela sua liberdade (libertinagem) e presteza (ainda que tenha de se valer de meios escusos para chegar ao intento, o que lhe confere a velocidade das resoluções). Dois poderes do Universo: o brilho do Sol que tudo deixa claro, a noite da Lua que esconde os atos mais sórdidos. Somos filhos do Cosmos, mas netos do Caos.
Na próxima postagem, falarei um pouco sobre as revoluções que a mentalidade judaico-cristã promoveu sobre esse pensar. Antecipo que os mesmos dois polos de que lhe falei por último se perpetuarão. Claro! É sobre o que há em nós que estamos falando. A mudança de perspectiva é que um deles já não poderá merecer adoração, pelo contrário. E o Outro se elevará a mais alta potência, a princípio sendo a Ele dirigido o medo, isto é, o respeito temerário, o sacrifício e o sangue, e depois, o amor ágape (e não mais eros), quer dizer, a graça e o sorriso, o carinho e a boa vontade.
Peço que não se percam. A extensão desta análise é de extrema importância para a melhor compreensão do nosso posicionamento.
terça-feira, 11 de junho de 2013
Nem em cima nem embaixo, dentro
Demônio vem do grego, daimon, que era a palavra para designar tão somente espírito ou gênio. Neutra por si só, era a ela concedida o adjetivo de bom ou mau. Há uma passagem eloqüente sobre esse assunto na Apologia de Sócrates:
"Aquela minha voz habitual do demônio [daimon], em todos os tempos passados, me era sempre freqüente, e se opunha ainda nos mais pequeninos casos, cada vez que fosse para fazer alguma coisa que não estivesse muito bem."
Há quem diga que esse gênio tagarela ao ouvido de Sócrates era uma voz íntima, o que não refuta a tese espírita de que era um Espírito, pois estes transmitem seu pensamento como sendo uma voz penetrante chegando à alma, mas tem o mérito de tirar as cores vermelhas de contornos pontiagudos que colocaram sobre a palavra na teologia cristã oficial.
A Igreja enxerga a mediunidade como fenestra para as peripécias do diabo. Todavia, novamente do grego, diabo vem de diabolos, que é aquilo que distorce significados ao invés de os congregar, que seria a função do símbolo. Numa concepção teológica, é o que afasta a criatura de Deus.
Uma discussão antiga, mas trazida à tona na contemporaneidade por um certo teólogo alemão Eugen Drewermann, sugere que a mensagem do Cristo poderia ser mais metáforas que fatos. O que nos parece óbvio é de uma ruptura aterradora para a mentalidade cristã ortodoxa. É dizer que o Céu pode estar dentro de você competindo o espaço com o Inferno. Não é uma voz que lhe chega ao íntimo, é a sua intimidade que ganha voz.
Por mais reformas e movimentos de resgate que a Igreja tenha feito, essa nova ideia que ressalta os simbolismos das mensagens vem ganhando muito mais terreno no nosso pensamento ocidental do que a realidade objetiva das palavras de Jesus sobre o Reino dos Céus ou o Fogo do Inferno.
Então, antes de falar qualquer coisa sobre o demônio, é meu intuito aqui deixar bem claro um dos princípios mais revolucionários do Espiritismo, pedra angular de muitos outros princípios. O que Drewermann sugeria já tínhamos, desde o nascimento da doutrina, como ponto pacífico. Passo a fala para Kardec subindo ao palco de O Livro dos Espíritos: “trazemos em nós mesmos o nosso inferno e o nosso paraíso” (Comentário a Resposta 1017).
Ou, no dizer de Emmanuel, à introdução de Nosso Lar: “a maior surpresa da morte carnal é a de nos colocar face a face com a própria consciência, onde edificamos o céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal.”
Nas próximas postagens, vou me ater mais a figura do demônio e ao amor que se deve ter para com o Inimigo.
domingo, 9 de junho de 2013
Imortalidade e Imoralidade
O filósofo Clóvis de Barros Filho esteve no programa do Jô expondo suas elucubrações com muita didática e, acredito, muita justeza.
A definição de moral ele a atrelou aos conceitos de invisibilidade ou invencibilidade que, para esse caso, acredita ser a mesma coisa.
Veja os exemplos tanto mais significativos quanto mais cotidianos:
Exemplo 1: Uma cédula de dois reais no chão. Ninguém por perto a quilômetros. Nenhuma câmera da polícia. Se apropriar ou não se apropriar? E se fossem os cem reais exatos para quitar uma dívida?
Exemplo 2: Uma festa distante, em outra cidade, nenhum conhecido. O namorado nem imagina onde você está. Um menino lindamente atraente. O corpo se sente agradado pelo dele. Trair ou não trair?
Exemplo 3: Você, um velho. Sua esposa, também, mas acamada, muda, neurologicamente estática. Há anos você cuida dela. A doença só piora. A qualquer momento ela pode morrer. Você está cansado, exausto, esgotado e sozinho. Todos os filhos se foram, ou melhor, não houve filhos desse relacionamento. Sufocar a sua esposa com um travesseiro ou não? Tudo indicaria que ela morreu de afecção respiratória.
O prof. Clóvis se ateve aos casos de invisibilidade, mas para o Espiritismo esta é ilusória. Os Espíritos e o Grande Espírito tudo vêem. Mas, a invencibilidade...
Leia-se imortalidade. O que os Espíritos nos falam é que não morremos. Pior, que podemos voltar para consertar o que erramos. Ainda pior, que, independente de qualquer caminho que escolhamos, chegaremos a felicidade ao lado de Deus. Por que pior? É que isso é um prato cheio para que tenhamos o pretexto da liberdade ilimitada, agora mais que nunca. Os defensores modernos desse estilo de vida o fazem pela finitude da condição humana. Alguns espíritas o fazem pela infinitude da misericórdia divina. Se teremos a salvação custe o que custar ao final, aproveitemos o presente instante.
Poderão lhes contra-argumentar o umbral em vez do inferno, os obsessores no lugar dos demônios, as dores e os dissabores de vidas de expiação. Contudo, nenhum sofrimento é tão grandioso ao ponto de cobrir o fim glorioso da existência espiritual. Todas as contradições e angústias se desvanecerão quando estivermos ao lado do Criador. Ele é o imã universal que nos atrai apesar de toda a resistência. Nossa liberdade um dia se curva e se deixa arrastar.
O questionamento ético, então, para o Espírito invencível, para o Espírita convicto, é mais atual que nunca. Não é mais uma ameaça divina que nos entrava de fazer o mal, mas uma reflexão moral que nos conduz ao bem, por nossa conta e risco.
O que fazer com a imortalidade e a certeza de que necessariamente seremos felizes? Protelar até quando a dor nos amputar todos os membros? Não. Novos membros sempre renascerão! Aqui e ali defeituosos, depois cicatriza. Eu busco entender o que é o Certo e segui-Lo no que posso, procurando que esse possível seja o máximo. Mas, se o limite humano me constranger, por vezes paro e me aquieto, outras me forço e elevo o espírito ainda mais alto - ao passado não retorno mais.
A máxima que coloco no pórtico do meu oráculo é: ser um homem de bem não por temer o pecado, mas por amar a virtude.
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