Que posso dizer? Acho que as palavras seriam tóxicas para os ouvidos. Sangramos delas todos os dias.
Recebe meu corpo em abraço. Só que a carne pesaria em tua túnica. Nossos passos fazem tremer os arredores.
E um beijo? A acidez e os germes da boca te machucariam. Cuspimos o mundo, nosso alagadiço.
Que posso eu sem palavras, sem corpo, sem beijo? Eu, apenas eu. É o que queres? Este eu desnudo pelo sopro de Deus. Um vento cálido que tira as roupas, a carne, os ossos, o sangue, as vaidades. Exposto, me ajoelho. Porém, sinto que me tomas pela mão, e enfim, sou teu.
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