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sábado, 21 de junho de 2014

Não faça com que o outro cometa adultério, se ele ainda te ama

"Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério." (MT 5:32)

As ideias que mais nos encantaram, nesse versículo que remete às tradições de matrimônio entre os judeus, foram (1) a que Jesus diz que o homem deve abandonar seu clã para se unir a esposa e (2) a que ele diz para não dar carta desquite a fim de não fazer com que a esposa cometa adultério. Foram dicas da Irmã Aila. Em uma sociedade patriarcal, é a mulher que tem de abandonar o clã. Mas, Jesus revoluciona a tradição. Enfim, são os dois! E essa história de abandonar o clã, entendemos que poderíamos ir mais fundo na mensagem espiritual: abandonar o clã, os preconceitos, os pré-juízos, tudo aquilo que faz com que não consigamos nos enxergar junto ao nosso parceiro ou parceira como sendo um só (não tão um para não ser só) no matrimônio. Largar toda a gana de nosso querido eu que faz com que não consigamos enxergar as necessidades da existência do outro ao nosso redor. A segunda se remete à expressão "faz com que cometa adultério". Jesus não chama atenção para a Lei em si, mas para a reflexão sobre o sentimento que se pode causar no outro, sobre a ferida que se pode causar no outro. O outro é a Lei! Se a mulher não era infiel, é que ainda mantinha o compromisso matrimonial, o amor, a ligação. Divorciar-se seria cuspir sobre esse sentimento. Jesus chama a atenção para não pisar sobre o sentimento do outro. É um outro nível de reflexão. Menos letra, mais espírito. Ou melhor, mais espírito para a mesma letra.  

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