Vamos partir desse ponto: somos quase nada. O conjunto de vulnerabilidades que nos cercam e que nos fragilizam constitucionalmente é tão grande que a divindade parece ter escolhido qualquer lugar para se abrigar menos em nós. Isso vai desde nossa gestação, com suas múltiplas possibilidades de aborto, até toda nossa vida, com todos os pontos de adoecimento. O normal seria morrer. Viver é uma resistência.
Vamos nos focar, então, nesse outro ponto: viver é uma resistência. De cada desafio de morte, saímos maiores. Um aprendizado se acomoda na teia de aprendizados anteriores. Haveria um fim nisso para além de simplesmente sobreviver? Se considerarmos a espécie, estamos aprimorando o arsenal de habilidade da nossa. Se pensarmos em indivíduo, e se este for mortal, é uma inutilidade. Mas, a imortalidade nos dá um horizonte: a perfeição. O limite de todo melhoramento é a perfeição. A recompensa dela seria a felicidade.
Essa mensagem é retórica para aqueles que já são movidos pelo impulso de crescer, inovar, competir. Mas, ela se torna uma preciosidade para aqueles que acham estar perdidos no mundo, que não foram feitos para viver, que são destinado a derrota.
Somos frágeis, é verdade. Contudo, temos em nós a potência de um deus. Desabrochar virtudes é a conseqüência de caminhar. O Espiritismo não entende o ser humano como já sendo um deus. Aponta nossa perfectibilidade. Saímos do átomo, rumamos ao arcanjo. Isso tira o peso de termos que ser perfeitos desde já, como que por um shift mental. Isso nos convida a olhar a vida na perspectiva da eternidade.
O Universo é uma grande escola. O Espírito transmigra na matéria (nos mais diferentes reinos e planetas) em busca de lições. Com trabalho, solidariedade e tolerância chegaremos lá.
* Leia também: "O demônio em mim"; "Filhotes de Deus"
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