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sábado, 17 de outubro de 2015

O amor nos é natural?


Welson Barbado, psicólogo e psicanalista, nos diz que a psicanálise considera o ódio e não o amor o sentimento primordial no homem. O que o espiritismo diz sobre este assunto?

A argumentação de Barbado é que o amor não nos é natural. O ódio não se instala no ser, mas se manifesta quando não está reprimido. O amor seria uma criação de fora que em nós é introjetado. Somos convencidos a amar. Isso contraria o pensamento religioso predominante. 

O Espiritismo não considera o amor estrito senso como nos sendo natural, mas tão pouco o ódio. Não natural no sentido de ser um dom, algo já dado em nós. O que seria primordial em nós seria o egoísmo. Nascemos simples e ignorantes. As primeiras fases de nossa existência é em busca da sedimentação de nosso eu, portanto, vivemos em um egocentrismo que nos é muito útil nesses tempos primeiros, mas que se torna um fardo quando já estamos aptos a nos transcender em uma relação em que o outro deve ser também dignificado. 

Nessa relação que pressiona a nos transcender, o amor é o grande aprendizado. De fato, partimos do egoísmo para o amor. Saber dessa cosmologia ajuda a nos abdicar da concepção de pecado e culpa presente no discurso religioso da queda. Não saímos de qualquer paraíso. Não voltaremos para paraíso qualquer. Por isso que, a rigor, na filosofia espírita, é falho o conceito de reforma íntima. Não se reforma o que não está deformado. Estamos em formação constante, é completamente diferente. 

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