Vou falar sobre a vida humana em outros planetas. A vida como organização biológica complexa já está quase certa. Mas, a humana, aquela dotada de história, cultura e política, dizem as fontes oficiais e hegemônicas que não.
Mas, antes de entrar nesse assunto, preciso
fazer uma digressão importantíssima: sobre a história de como nós aceitamos o
que é existente.
Provar a existência das coisas, atualmente,
significa palpar. Um dia, na eras mitológicas, significava ouvir e se extasiar.
Toda grande história cuja trama nos arrebatava, nos devolvendo uma noção de
sentido da existência, deveria ser verdade. Em outro dia, na era filosófica,
existir passava pelo caminho de ser coerente. Bastava que o raciocínio
engendrasse uma lógica que conectasse bem todos os elementos que a natureza nos
revelava. Não precisava que tudo fosse medido. Dava para ter um fundamento duro,
mas que se desdobrava em realidades etéreas a que deram de chamar de
metafísica. Nesses tempos, era possível se entregar, em reconhecida atitude científica,
aos pensamentos sobre felicidade e serenidade. Um pouco mais tarde, na era
medieval, uma grande mitologia imperou sobre todas as outras. Incrementada aqui
e ali com pitadas de filosofia, mas extremamente presa às páginas de um livro
sagrado. Para considerar existente era necessário que a história se encaixasse
perfeitamente na Grande História do Livro Sagrado e da Tradição Interpretativa
da Igreja. Devo grafar tudo isso em maiúscula.
Hoje, para que uma coisa possa ser
considerada existente, é imperioso podermos palpá-la. Ainda é necessário que
ela tenha uma história; que essa história convença (não mais que extasie, infelizmente);
que tenha uma coerência interna e uma conexão lógica a fim de permiti-la ser
enquadrada em certo tipo de tradição de textos, de escolas de pensamento e
pesquisa. Mas, se ela não puder ser palpada, esfumaça-se na nossa mente e
escapa da nossa crença. Claro que isso é um esquema! Vale muito mais para a
academia oficial dos cientistas do que para as pessoas cotidianas. Eles mesmos, quando estão enredados no dia-a-dia, devem se curvar à exigência das crenças que
não passam pelos seus critérios de verdade. Se todo objeto que manipulamos, se
toda realidade da qual fazemos parte devesse passar por toda essa prova mortal
de que lhes falei para ser considerada existente, morreríamos sem utilizar
nada. A ingenuidade é a base da vida. Meu café-da-manhã que vou tomar daqui a
pouco existe, ninguém precisa me provar nem que sim nem que não.
Precisei fazer esse parênteses, porque a
existência de vida em outros planetas é desses princípios doutrinários no
Espiritismo que simplesmente não temos nada palpável para apresentar. Os
Espíritos podem ser palpados de forma direta, nas sessões de materialização, ou
de forma indireta, nos fenômenos dos espíritos batedores ou nas primordiais
mesas girantes. A reencarnação vem se tornando palpável nas pesquisas de
lembranças espontâneas de vidas passadas, particularmente fortes na cultura
oriental. Mas, a vida humana extraterrestre, ainda faz parte de uma história
bem defendida e logicamente conectada ao arcabouço maior da doutrina, que tem o bônus de ser narrada por Espíritos e de retomar o sentimento de êxtase que nos faz sentir reconectados com um plano maior de existência, todavia ainda impalpável:
Se Deus existe e ele é todo sábio, nada de inútil pode ter feito, portanto o resto do Universo, que faz com que a Terra não seja mais que um planetinha periférico, deve ser habitado por muito mais gente do que podemos imaginar.
Como eu já havia dito no post anterior, é
preciso um pouco mais de espaço, então, para falar da Humanidade. O espaço
sideral é um bom começo. Permita-se viajar um pouco comigo nessa questão. Se
isso for verdade, será se acreditam em Deus? Será se possuem cultos mediúnicos?
Será se acreditam em reencarnação? Será se buscam intensamente a solução para a
angústia que a morte de um ente querido traz? Será se buscam salvação da alma?
Se buscarem? Por que meios? Que respostas encontraram para os salvar? Que
visões de salvação? Se eles forem menos poderosos do que nós, o nosso homem de
ciência manterá sua empáfia e não se abalará com qualquer resposta que dali
vier. Se eles forem mais poderosos, as respostas que vierem lá de fora nos
abalarão um bocado.
Será se já não vieram? Será se eles já não
estão por aqui? Será se já não há uma política interplanetária que se
desenvolve sobre a nossa completa alienação mais palpável do que esse meu pão
com queijo, mais quente do que esse café-com-leite. Que apocalíptico!
Por falar em apocalipse. Esqueci de falar
sobre a nossa visão do assunto. Sério! Prometo que finalizo os princípio da
Doutrina Espírita com isso. Apocalipse e Soteriologia são temas irmanados. Se
quiserem dar uma lida no marcador Soteriologia deste blog já vão tendo uma
ideia sobre o que irei falar. Até mais!
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