Há tempos que me pediam para escrever um livro. O tanto de postagens que já publiquei aqui daria um ou dois. Tive ideias de uns tantos. Mas esse aí é o que nasceu. E que parto!
Vou confessar aqui uma coisa. Minha esposa não gostou do título. Já meu amigo jornalista, que não apenas o leu como o prefaciou, disse que sintetiza bem o conteúdo e cria um vínculo com o público-alvo.
- Quem é o público alvo?
Você que me lê! Mas, antes de ser você, eram os estudantes de medicina que debutavam na faculdade. Por dez anos fui convidado a palestrar para eles em uma ideia que tinha sido minha. Queria trazer um aluno de semestres avançados ou um médico recém-formado para lhes contar como ele havia sobrevivido. Ninguém quis protagonizar a ideia, embora tivessem gostado. Quando me formei, o Centro Acadêmico perguntou se eu não gostaria de ser esse médico. Aceitei.
Dez anos! Todo semestre me chamavam de novo. Alunos vinham assistir minha palestra mais uma e outra vez. Deram-lhe um nome: "Palestra do Allan". Minha esposa sugeriu mudar pelo menos o subtítulo por achar esnobe e apelativo. Sugeriu: "De palhaço a médico", "Reflexões de um médico sobrevivente", "a trajetória de um jovem médico sobrevivente", "a trajetória de um jovem médico em busca de sentido", ou simplesmente "uma autobiografia de um jovem médico, pai, artista, palhaço...".
Se fosse para poetizar mesmo teria colocado o nome do livro de "Allan". Claro que ele é bem menos do que eu sou. Mas caberia perfeitamente na capa. Acho que tanto quem norteou minha escrita, a editora e meu amigo tiveram a mesma ideia: preciso chamar a atenção da pessoa a quem se destina. Marketing, quem vive sem ele?
Mas, até que no final das contas ficou um nome filosófico. O verbo passar remete a passagem. E eu amo passagens, pontes, travessias. O livro começa com a minha passagem para a faculdade. E, logo após, meu desespero, portanto, "e agora?". Mostro meu despreparo, minhas desilusões. Costuro meu doloroso amadurecimento entre aulas e amores. Por isso que é "como sobrevivi". O "como" aí não vem para apontar técnicas, só para descrever mesmo as aventuras de um odisseu cearense. Se fosse grego, então, assim como Odisseu gerou Odisséia, meu livro poderia se chamar "Allanéia". Viu como seria horrível! Terrível sina de escolher um título.
Bem, se der tempo de você ler isso a tempo, amanhã, 29/04/24, às 20h, horário de Brasília, estarei fazendo uma live no Instagram @profallandenizard. Contarei como foi a ideia desse livro e algumas reflexões em torno dele. Vou manter essas lives sempre no mesmo horário das segundas-feiras gravitando em torno de assuntos relevantes para tornar o meu livro desejável. Não pretendo dar uma chave do sucesso, como quem tira um provérbio chinês de um biscoitinho. Ora, vejam só! Eu não tenho a chave da vida. Apenas tenho consciência que desde há muito os nossos nortes sempre foram a partir das escutas, em conversas de pé de fogueira, das aventuras uns dos outros. Vou contar o que vivi, sobre-vivendo.
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Para quem adquiri-lo, ei-lo: